sábado, 4 de abril de 2009

'Tou Fácil

Hoje estou fácil como num domigo de manhã - that's why I'm easy woooooooooooooohooooooooooooooo oooooooohooooooooooooooooooooooooooooooooo 'm easy like sunday mooooooowooooooooooooowowooooooorniiiiiiiiiiiiiiing.


Ontém a noite deixei 9 minis no frigorifico.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Waterpistol

Não fiquei por aqui hoje por uma só razão! Juro que é só uma.
Ontém quando fui ao bar comer, havia um côro, mas o côro não estava no bar. Não estava, porque eu procurei-o, procurei-o porque ouvia inicialmente um chiar, mas que ao longo de segundos se foi transformando numa bateria de vozes, cada uma a catrapuntear com mais força e em golpes inacabados, porque havia também uma voz que vinha de dentro do que descobri ser uma espiral, era um grito grave, mas cuja gravidade vinha do seu próprio feto, e não de toda aquela situação! Procurei! pois claro!, nem a única moeda que tinha na carteira conseguia contar completamente caraças! Saltei e procurei, procurei primeiro através do vidro do balcão, com os olhos, mas depois vi que não era o som do vidro que ouvia. Tirei um teni e atirei-o à empregada do bar, para a distrair, porque tinha de o fazer para fazer o que tinha a fazer, que descia sobre o meu entendimento como um decreto do altíssimo. Com ela a olhar pra qualquer outro lado, saltei! de novo!, mas desta vez saltei através do próprio vidro, e como se fosse um feixe, ou mesmo um peixe, mergulhei no creme castanho dos croissants, nadei e nadei, encontrei barcos, encontrei tesouros e esqueletos, dentro dos croissants! encontrei tapeçarias mágicas e flautistas que buscavam o mesmo que eu desde tempos anteriores ao próprio big bang, altura em que o tempo corria ao contrário. Mas qual não fora o meu espanto quando saltei com o esgar de um golfinho inebriado para o açucar cristalizado de um mil folhas, pois foi onde descobri toda uma cidade! Nesta altura já não consigo espantar ninguém com uma cidade, já nem eu me espantei, porque era apenas uma cidade. Corri pelas suas ruas, não, eu não corri, eu saltei, saltei tanto que volta e meia caia, mas sempre que caia era um prazer dos diabos lamber o chão de massa folhada. Aquela cidade não tinha casas, só tinha óperas, mas a banda não estava em ópera nenhuma, em nenhuma das setecentas óperas, por isso decidi saír de dentro de toda aquela pastelaria titânica. Estava agora deitado já de novo na minha forma grande sobre as latas dos sumos, dentro do balcão. Sorte a minha que a gaja ainda estava vesga do sapato, mas a banda não estava nem vesga nem muda, continuava a gritar, ora como quem rappa na forma de um drum and bass, ora como se o mercúrio do Frederico indicasse uma temperatura tal em que a sua voz se dilatasse até à agudez de um fotão. Decidi portanto abadonar tudo aquilo e lançar-me sobre os astros, o que fiz saltando e correndo sobre as cabeças de todos quantos estavam no bar. Dessa forma foi obviamente num pulinho que me vi no vácuo, só que no vácuo não há som NÃO HÁ TAL COMO NÃO HÁ CÔRO. Eu vou dizer-vos onde estava o côro, o côro estava dentro dele próprio, foi o que descobri, quando no desespero o fui procurar dentro de mim próprio. Como já só tinha um teni, lancei-o na orbita do universo inteiro, só para me espantar de novo com isto: o universo não era feito de cidades, mas quase: ele estava fechado, eu estava fechado dentro do universo, porque afinal o universo era uma orbita de vácuo em torno de mim próprio e a Terra estava lá ao fundo, só que o lá ao fundo era na verdade dentro do meu olho que se precipitava, todas as distâncias, até aquelas que envolvem tempo estavam dentro dos meus olhos, vectorialmente incidentes. Aqui deixei de acreditar em tudo, por isso agarrei no mp3 e não foi rewind que fiz, foi fast forward, e a música saltou, saltou, saltou até que comecei a sentir uma força a sair-me pelas orelhas, a sair-me pela pele das orelhas, ma suma pele de plástico, as minhas orelhas eram os phones e quem estava a saltar era ela, era a Música, a Música saltava-me dentro da pele plástica à velocidade da sua própria vibração. Comecei obviamente a jorra-la e com aquele jorro vinham até fontes paradisíacas e cantantes, vinham planícies ventosas, o mar agitado, o metropolitano e até uma guerra, até um professor vinha naquele jorro de reverberação Cartesiana. E tudo aquilo eu conseguia assistir, porque não via apenas a meia esfera exterior, mas todos os hemisférios físicos e metafísicos sobrepostos num jubilo total luminoso, faiscante, vivo até ao cúmulo de as próprias montanhas dançarem e fazerem malabarismo entre si cuspindo piroclastos neónicos. E tudo aquilo eu sabia que era a verdade, porque era o côro.

Juro que sabia

o Milton Mordeu Marcialmente de Meio a Meio a Morte da Mãe, o que faz dele um orfão perante o cíclo da vida. E se o acabei de dizer é porque está feito! Ou não tivessem estas palavras a força suficiente para limar arranha-céus na forma e no polimento até à invisibilidade do brilho e das vozes epifânicas.
Ou é de Subtle ou é do manifesto do Professor Mamadu que hoje me deram quando entrei para o Metro. Subtle estou agora a morder com os lóbulos, o manifesto, esse, agarrou em mim e leu-me de cima para baixo, dobrou-me e encaixou-me no meu próprio caderno. Depois caminhou comigo ainda dentro daquele caderno e viajámos através da sorte na vida, túneis da cor de pouca electricidade, olhos sem grande queda prá visão e ladrilhos rolantes. Depois caminhou mais um bocado e deixou-me no anfiteatro, mesmo a tempo da aula, que não tive talvez porque também ao professor deram um manifesto, sabendo-se lá agora onde estará ele dobrado, provavelmente deitado ao boca larga e já a caminho de uma colina de lixo! Sorte a dele pois lá deverá encontrar todos os meus - e os de toda a gente! - gémeos, alguns feitos bola, outros aviões, outros mesmo origamis impossíveis de decifrar.
Juro que sabia que hoje era dia de combater um manifesto! A melhor maneira de vencer um manifesto que nos seja entregue é deixá-lo sentir-se vivo. Resulta sempre caraças, tentei eu mesmo à custa dos meus orgãos - que ainda tenho todos.